A Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais confirmou, ontem, quinta-feira (15), que vai atender de imediato a determinação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de suspender o uso de radares móveis nas rodovias federais em que a fiscalização é feita pela corporação. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, três rodovias fiscalizadas pela PM serão afetadas pela decisão, a BR-356 e a BR-040 e BR-381, no trecho conhecido como Anel Rodoviário.
A ordem foi publicada nesta quinta-feira (15), no Diário Oficial da União, sem especificar quando a medida entra em vigor. A Polícia Rodoviária Federal já havia informado, mais cedo, que vai cumprir imediatamente a decisão e que os equipamentos serão recolhidos até que o Ministério da Infraestrutura conclua a reavaliação da regulamentação dos procedimentos em relação aos radares. Só em Minas Gerais, a Polícia Rodoviária Federal conta com 23 equipamentos móveis.
O consultor em transporte Osias Baptista vê com preocupação a suspensão dos radares móveis nas rodovias.
Das rodovias administradas pela Polícia Militar Rodoviária, a que mais preocupa é a o Anel Rodoviário, em Belo Horizonte. O trecho, que recebe tráfego intenso de caminhões, ônibus e carros, registrou mais de 25 mil acidentes entre 2008 e 2018. Foram quase 11 mil feridos e 343 mortos no período.
Entre os bairros Olhos d’Água e Califórnia, o Anel Rodoviário, ou BR-040, é concedido à iniciativa privada e conta com 10 controladores fixos em funcionamento.
A preocupação, segundo o consultor, está no restante do Anel Rodoviário, que é a BR-381, entre os bairros Califórnia e Jardim Vitória, também na capital mineira. Administrado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o trecho está com os radares sem funcionar desde o final do ano passado.
O Dnit não informa o número de equipamentos existentes no Anel Rodoviário, mas disse que o processo licitatório para contratação de empresa para este lote está interrompido por causa de briga judicial entre os participantes da licitação.
Para Osias, o problema da combinação de suspensão de radares móveis e do desligamento dos radares fixos é que o motorista, se sentindo livre de punição, vai conduzir o veículo em velocidade muito superior ao considerado seguro, aumentando número de acidentes e mortes.