O imbróglio envolvendo a venda do meia-atacante Arrascaeta do Cruzeiro para o Flamengo ganhou um novo capítulo. A juíza Soraya Hassan Baz Láuar, da 1ª Vara Civel da Comarca de Belo Horizonte, concedeu uma liminar em favor do Supermercados BH, determinando que o Rubro-negro carioca deposite em juízo o valor restante da compra do jogador, realizada em janeiro deste ano.
A decisão, que cabe recurso, foi publicada na última sexta-feira (23), e a Raposa foi notificada nessa segunda-feira.
No documento, a juíza não julgou o mérito da ação, mas entendeu que havia perigo de dano ao direito do Supermercados BH (de receber o pagamento devido), e deferiu o pedido de liminar requerido.
O momento corturbado a qual o clube celeste atravessa nos últimos meses, principalmente em função das denúncias de corrupção envolvendo a atual diretoria, foi usada como argumento pela julgadora para conceder a liminar.
A magistrada também decretou que Cruzeiro e Flamengo apresentem as documentações relativas as transações envolvendo o jogador uruguaio.
Diante do interesse do Supermercados BH, a juiza determinou a realização de uma audiência de conciliação, em data a ser marcada
Entenda o caso
Arrascaeta foi comprado pelo Cruzeiro em 2015, junto ao Defensor, do Uruguai, em um acordo que previa o pagamento de 2 milhões de euros à vista mais 29 parcelas de 70 mil euros. O Supermercados BH foi parceiro do clube celeste na aquisição do jogador e adquiriu 25% dos direitos econômicos do atleta.
A Raposa, inclusive, foi condenada pelo Comitê disciplinar da FIFA a pagar mais de R$5 milhões ao clube uruguaio, por não ter liquidado em sua totalidade o montante. O departamento jurídico do Cruzeiro afirmou que vai recorrer da decisão.
Após quatro anos vestindo a camisa celeste, Arrascaeta foi negociado com o Flamengo, em janeiro, por um valor que girou em torno de R$63,7 milhões (15 milhões de euros), dos quais o Cruzeiro tem direito a receber R$55,2 milhões (cerca de 13 milhões de euros).
Desse valor a ser recebido pela Raposa, ficou definido que 7 milhões de euros seriam depositados no momento em que a venda fosse concretizada, que mais 3 milhões seriam pagos no meio do ano e os 3 milhões de euros restantes seriam quitados em dezembro.
Segundo o departamento jurídico o Cruzeiro, o clube ainda não foi notificado e é praxe não comentar questões que estão correndo na Justiça.