O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, se reunirá nesta sexta-feira (30) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca.
O anúncio da viagem do parlamentar, que deve ser indicado ao cargo de embaixador do Brasil em Washington, foi feito pelo presidente Bolsonaro em evento em Brasília nesta quinta (29).
— Quero agradecer publicamente a ele (Trump) pela defesa do Brasil por ocasião do encontro do G7 — declarou o presidente, em referência à cúpula de países ricos na qual as queimadas na Amazônia foram discutidas.
Segundo Eduardo, o chanceler Ernesto Araújo e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, estarão na comitiva aos EUA. O embarque estava previsto para a noite desta quinta.
A reunião com Trump, marcada para as 14h (horário de Brasília), começou a ser costurada na semana passada, em telefonema entre o americano e Bolsonaro, no qual os EUA ofereceram ajuda para combater as queimadas na Amazônia.
De acordo com um integrante do governo dos EUA, porém, o Brasil ainda não solicitou oficialmente qualquer ajuda à Casa Branca.
A expectativa é que Eduardo e Araújo retornem no sábado a Brasília, mas a comitiva deve voltar à capital americana na semana que vem para um evento com o secretário do Departamento de Estado, Mike Pompeo.
Após o evento no Palácio do Planalto, o deputado afirmou que pretende agradecer a Trump por ter garantido que o “pêndulo do G7 viesse para o lado brasileiro”.
— Estarei ao lado do ministro Ernesto fazendo esse agradecimento, porque o peso americano no G7 é essencial. E o pêndulo veio para o lado brasileiro. Por uma questão de justiça. Infelizmente o presidente (Emmanuel) Macron (da França) quis usar a Amazônia para fins políticos — afirmou.
A onda de queimadas na Amazônia se converteu em crise de imagem internacional para o governo Bolsonaro. Houve ainda intensa troca de críticas entre os mandatários de Brasil e França.
Macron chegou a propor, no G7, que fosse discutido uma espécie de status internacional da Amazônia, o que irritou o governo brasileiro.
— Ele (Trump) não deixou que prevalecesse a tese do Macron de que a questão das queimadas aconteceu de agora, durante o governo Bolsonaro — disse Eduardo. — Até porque floresta não pega fogo, é um local úmido. As queimadas são pontuais em períodos de seca, principalmente naquelas regiões que já foram desmatadas.
O parlamentar negou que vá debater com Trump sua nomeação para a embaixada brasileira. O americano já se manifestou publicamente em favor da indicação.
No entanto, a designação de Eduardo ainda precisa ser confirmada pelo Senado. Questionado nesta quinta, o deputado disse que ainda não há data para que o processo seja formalizado e que está conversando com senadores para reunir apoios.
O gesto de Trump de receber o chanceler e o filho de Bolsonaro foi visto por diplomatas como mais um aceno à possibilidade de Eduardo se tornar embaixador, mas, entre aliados dos presidentes, já há quem avalie que a indicação trouxe mais desgaste do que benefícios a Bolsonaro.