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A história da Nossa Senhora de Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, começou em 1717, quando três pescadores lançaram suas redes no Rio Paraíba do Sul, no interior de São Paulo. A época não estava boa para pesca, até que na rede apareceu, separadamente, a cabeça e o corpo da estátua de Imaculada da Conceição, mãe de Jesus.
A partir daí, peixes surgiram em abundância. Este é tido como o primeiro milagre da Padroeira. Em seguida, o povo nomeou a imagem como Aparecida para indicar as circunstâncias misteriosas de seu achado.
A imagem de Nossa Senhora Aparecida encontrada pelos pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves no rio Paraíba do Sul, no ano de 1717, foi moldada em terracota (argila que após modelada é cozida num forno apropriado) pelo frei Agostinho de Jesus, um monge de São Paulo conhecido por sua habilidade artística na confecção de imagens sacras.
No dia 8 de setembro de 1904, a imagem foi coroada com a riquíssima coroa doada pela Princesa Isabel e o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza.
Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a “Rosa de Ouro”, gesto repetido pelo Papa Bento XVI que ofereceu outra rosa, em 2007, em decorrência da sua viagem apostólica ao país nesse mesmo ano, reconhecendo a importância da santa devoção. No último dia 9, o Papa Francisco concedeu a terceira rosa em comemoração aos 300 anos da aparição da imagem.
Com cerca de 4 kg e altura de 37 cm (40 cm com a coroa), a escultura se tornaria um dos símbolos do País e, já como Nossa Senhora Aparecida, ganharia do papa Pio XI em 1930 o título de Padroeira do Brasil.
Segundo anotações guardadas na Cúria Metropolitana de Aparecida, a imagem da padroeira tinha originalmente “tez branca no rosto e nas mãos, manto azul escuro e forro vermelho-granada”. E por que então ficou negra? Documento transcrito por Tereza Pasin levanta uma hipótese: “Pelo fato de ficar por muitos anos submersa no lodo das águas e, posteriormente, exposta ao lume e à fumaça dos candeeiros, velas e tochas, (a imagem) adquiriu a cor que hoje conserva”.
O motivo pelo qual a imagem se encontrava no fundo do rio Paraíba é que, durante o período colonial, as imagens sacras de terracota eram jogadas em rios ou enterradas quando quebradas.
Tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), em 2012, é considerada como patrimônio do Estado de São Paulo.
Em 1745, a primeira capela dedicada à Nossa Senhora da Aparecida foi aberta para visitação. Anos depois, em 1834, construíram uma igreja maior. Já em 1930, a Santa foi proclamada pelo papa Pio XI como Rainha do Brasil e Padroeira Oficial do País.
Hoje, o Santuário Nacional de Aparecida é o maior centro mariano do mundo em tamanho e o segundo em frequência – só perde para o de Nossa Senhora de Guadalupe, no México. A cada ano, cerca de 12 milhões de romeiros visitam o município de Aparecida, à margem da Via Dutra, distante 180 km de São Paulo, onde católicos do Brasil todo se misturam a estrangeiros, que se multiplicaram após a visita de Bento XVI, em 2007.