Um a cada cinco mineiros sobrevive em condições de pobreza. São 4,1 milhões de pessoas recebendo, no máximo, R$ 420 mensais para dar conta de despesas básicas, como água, luz e comida. O número corresponde a 20% dos habitantes. Desses, 739 mil são obrigados a se virar com apenas R$ 145 a cada 30 dias. Os dados referentes a 2018 constam na “Síntese de Indicadores Sociais”, divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para especialistas, a falta de investimentos em políticas públicas, como transferência de renda, geração de emprego e acesso à educação, contribuem para o cenário. “Houve retrocesso, e a desigualdade social é gritante. A probabilidade é piorar com a redução nos investimentos sociais e a precarização do trabalho”, frisa o coordenador do Polos de Cidadania da UFMG, André Luiz Freitas Dias, programa que atua em comunidades de extrema vulnerabilidade social.
Segundo ele, a situação é bem crítica nas regiões do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. Mas até a capital não fica fora das estatísticas. De acordo com o IBGE, 316 mil moradores de BH (12,7%) sobrevivem com até R$ 420 mensais.
Ações em andamento
Em nota, a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) informou que, a partir de 2020, vai intensificar a orientação, capacitação e repasses de verba para regiões com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) mais baixos. Conforme a pasta, 1.174 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) no território acompanham mais de 229,6 mil famílias em vulnerabilidade social.
Nos programas de transferência de rendas, como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada, são atendidas mais de 3,5 milhões de pessoas. A aposta para geração de renda é incentivar a criação de espaços de comercialização para empreendimentos econômicos solidários.