Pacientes com câncer de mama em estado grave estão desde setembro sem um medicamento essencial para tratar a doença. Mesmo com decisão judicial favorável à distribuição gratuita, 170 mineiros sofrem com a falta da substância usada durante as sessões de quimioterapia. Nas farmácias, o remédio administrado a cada 21 dias chega a custar R$ 12.500.
Não há previsão de reposição. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) garantiu que o fornecimento será normalizado, mas aguarda o processo de licitação. Enquanto a situação não é resolvida, as pessoas seguem com medo e revoltadas.
Imbróglio
O remédio Trastuzumabe não provoca queda de cabelo, diarreia nem vômito. É indicado a quem tem câncer de mama e fez um exame que atesta a presença da proteína “HER2+” – que indica quando o tumor é mais agressivo. O Ministério da Saúde fornece a medicação desde 2013. Porém, algumas regras impedem que todos sejam atendidos.
Dentre as restrições, o doente não pode estar sendo submetido a outros procedimentos. “O problema é que quase nenhum paciente é virgem de tratamento”, observou a coordenadora de Quimioterapia do Instituto Mário Penna, Juliana Chaia.
O Ministério da Saúde não explicou os motivos das restrições, que impedem o fornecimento a todos. Até o fechamento desta edição, a pasta não se pronunciou sobre o assunto.