Estados Unidos e China divulgaram neste sábado (23/11) declarações polêmicas sobre um potencial acordo que ponha fim à guerra comercial travada desde março do ano passado entre as duas potências, que tem trazido incertezas para a economia mundial.
“Estamos potencialmente perto de um acordo. A questão é que eu não sei se quero ou não esse acordo”, disse Donald Trump à rede de teve americana Fox News. Mas acrescentou que o líder chinês, Xi Jinping, está com mais pressa. “Ele quer chegar a um acordo muito mais do que eu quero. Não estou ansioso por um acordo.”
Pouco antes, Xi disse querer um acordo, mas afirmou também que não tem “medo” de uma guerra comercial. “Se for necessário, responderemos, mas estamos trabalhando ativamente para evitarmos um conflito tarifário”, disse Xi.
Poucas horas depois, a administração Trump proibiu as empresas de tecnologia chinesas Huawei e ZTE de acessar seus subsídios para equipamentos e serviços. Washington considera que ambas as empresas estão ligadas ao Partido Comunista e às Forças Armadas da China e, consequentemente, são uma “ameaça à segurança nacional” dos Estados Unidos.
Apenas em poucas ocasiões Xi fez comentários públicos sobre o conflito com os Estados Unidos, que agrava os problemas da sua economia. “Queremos trabalhar em um acordo inicial sobre a base de mútuo respeito e igualdade”, disse Xi.
O líder chinês, advertiu, porém, que as negociações “podem ser afetadas pelas perspectivas futuras da economia mundial’, mas que a China mantém uma “atitude positiva”.
No dia 11 de outubro, Trump anunciou a “fase 1” de um acordo que resolveria importantes reivindicações dos Estados Unidos sobre as práticas comerciais e monetárias da China. No entanto, mais de um mês depois, as duas partes parecem não estarem certas sobre a conclusão de texto que resolva o impasse.
Os mercados financeiros globais recuaram esta semana, com novos temores de que as discussões comerciais poderiam falhar. A finalização da “fase um” do acordo pode ficar para o próximo ano, disseram à Reuters especialistas comerciais e pessoas próximas à Casa Branca.
Desde março do ano passado, tarifas de importação têm sido impostas aos produtos comprados da China pelos Estados Unidos e vice-versa. As negociações vêm se arrastando num vaivém de anúncios que parece não ter data para acabar.