Com apresentações musicais de alunos do projeto social Cres@Arte, mantido pela Secretaria Municipal de Educação (SME), a Prefeitura lançou nesta segunda-feira (25/11) a Revista Saemi, publicação especial acerca dos dez anos de aplicação do Sistema de Avaliação das Escolas Municipais de Itabira. O evento, realizado no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, reuniu comunidade escolar, representantes do Governo e Legislativo Municipal, de municípios vizinhos e da 24ª Superintendência Regional de Ensino (SRE).
A publicação foi produzida pela Assessoria de Comunicação Social e resgata a criação do sistema, seus objetivos, metas e profissionais envolvidos, além expor relatos de pais, alunos e educadores sobre a efetividade do Saemi. Exemplares serão distribuídos às instituições municipais de ensino.
A tônica do discurso de José Gonçalves Moreira, secretário de Educação, foi sobre o que ele chamou de “maturidade política”. Isso porque a avaliação foi mantida por gestões distintas na Prefeitura de Itabira em prol de um bem comum: qualificar e aprimorar o ensino local. O secretário rendeu agradecimentos aos servidores da pasta, diretores e professores. “É um trabalho de todos”, enfatizou.
Representante do Governo do Estado, a diretora da SRE em Nova Era Jânua Caeli Gervásio Galvão classificou o Saemi como uma “ferramenta poderosa”. “É uma ferramenta que se torna transformadora a partir do momento em que damos vida a esses dados dentro de sala de aula”, disse, citando sua aprovação às avaliações que diagnosticam e tratam o ensino público.
Ronaldo Magalhães citou a trajetória econômica mais otimista em que o Município se encontra em 2019 e elencou a educação como motor de desenvolvimento. “Tudo passa pela educação. Se nós queremos avançar na geração de empregos, no desenvolvimento econômico e na questão social e na saúde, passamos pela educação. O país e o mundo só mudarão se tivermos uma educação de qualidade. O sistema (Saemi) é importante, sobretudo, para medir como estamos caminhando, a melhor direção e o que precisamos para corrigir”.
O sistema
O Saemi foi criado em 2009 por José Gonçalves Moreira, também secretário de Educação à época. Formado em sociologia, história e geografia, ele é professor da rede pública de Itabira há mais de duas décadas.
O sistema tem provas elaboradas e analisadas por uma equipe de professores da Superintendência Técnico-Pedagógica (STP) da SME. Alunos do terceiro, quinto e oitavo ano do ensino fundamental são avaliados em matemática, língua portuguesa (interpretação de texto e produção de texto) e conhecimentos gerais (geografia, história e ciências).
José Gonçalves cita que as provas são distintas de outras como as do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicada em âmbito nacional, e as do Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave) e do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb).
“Percebemos a necessidade de termos um sistema de avaliação local, com características próprias para avaliar o ensino e a aprendizagem das escolas municipais e estabelecer políticas visando à melhoria dos índices. Por meio dele seria possível avaliar todas as escolas, inclusive as rurais, que, na maioria das vezes, não são avaliadas no Saeb por terem menos de 10 alunos matriculados nas séries/anos escolares. O Proeb e o Simave, além do mais, não avaliam a produção de texto em língua portuguesa e nem conhecimentos gerais”, detalhou.
Passo a passo
Após a aplicação das provas, em um primeiro momento é feita a correção e tabulação dos dados nas escolas. A seguir, é feita a análise da produção de texto obedecendo a uma chave de correção. Na terceira fase, a equipe técnica da STP, responsável pelo Saemi, analisa os resultados, elabora relatórios da rede municipal e de cada uma das escolas, os apresentando a seus gestores. A partir desses resultados, cada instituição elabora seu plano de intervenção pedagógica e a STP planeja as formações que serão ministradas.
Inclusão social
O Saemi tem protagonismo do Centro Municipal de Apoio Educacional (Cemae). É a instituição quem faz o levantamento das orientações e adaptações necessárias às crianças com as chamadas necessidades educacionais especiais (NEEs), para que elas também possam ser avaliadas de forma equivalente. Foram desenvolvidas provas ampliadas, em Braille, com auxílio ledor ou transcritor, para garantir acessibilidade e a eliminação de barreiras na educação.
O trabalho foi ponto de partida para uma atenção especializada não somente durante as provas do Saemi, como em todo o período escolar. “Os resultados obtidos pelos alunos refletiram a importância de tais adaptações e indicaram a necessidade de oferecê-las em todas as atividades acadêmicas”, citou Cleusa Aparecida dos Reis, psicóloga do Cemae.