A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou nesta quinta-feira (28) que está pronto o laudo referente ao levantamento pericial sobre as causas do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, no dia 25 de janeiro. O documento foi emitido pelo perito criminal da Seção de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística da polícia e encaminhado ao delegado responsável pelas investigações.
Fundamental para a conclusão do inquérito policial, o laudo possui 143 páginas. O perito desenvolveu o texto após a realização dos levantamentos no local, análise da documentação técnica dos equipamentos de monitoramento da barragem e dos relatórios dos sismógrafos. Vídeos e fotografias do momento do rompimento também foram analisados. De acordo com a polícia, ainda não serão divulgados detalhes do conteúdo do documento.
Ainda segundo a Polícia Civil, já foram colhidos cerca de 180 depoimentos. Até o momento, o inquérito policial possui 5.778 páginas impressas, além do conteúdo digital. Ainda é aguardada a conclusão do laudo ambiental (que avalia os danos ambientais do rompimento) e dos laudos referentes a necrópsia dos corpos das vítimas para a elaboração do relatório final. Foram identificadas 256 mortos e outras 14 pessoas estão desaparecidas.
Ministério Público
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), formada por deputados federais, entregou no dia 7 de novembro seu relatório final sobre o caso ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O documento apontou o indiciamento de 22 diretores e engenheiros da mineradora e da companhia alemã Tüv Süd, responsável pelo laudo de estabilidade da barragem. Além deles, as duas empresas também foram acusadas de homicídio doloso, lesão corporal dolosa, poluição ambiental por rejeitos minerais com sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente, além de destruição de área florestal considerada de preservação permanente.
No documento, afirma-se que “não restam dúvidas de que o crime de Brumadinho foi ocasionado pela omissão daqueles que, no exercício de suas atribuições profissionais, tinham conhecimento da condição de instabilidade da barragem B1 e, conquanto pudessem, não adotaram quaisquer providências para tentar evitar a perda de vidas e os danos ao meio ambiente”.