O presidente afegão Ashraf Ghani venceu as eleições do país para novo mandato de cinco anos, de acordo com resultados preliminares anunciados pela comissão eleitoral do país neste domingo (22/12), quase três meses após uma eleição marcada por uma baixa taxa de participação.
Ghani conquistou 50,6% dos 1,82 milhão de votos expressos em 28 de setembro, um pouco acima do limiar necessário para evitar um segundo turno contra seu principal rival, Abdullah Abdullah, que obteve 39,5% dos votos. Essa foi a quarta eleição presidencial desde a invasão liderada pelos Estados Unidos que retirou o Talibã do poder em 2001.
É improvável que o limbo político causado pelo atraso na determinação do vencedor das eleições se dissipe rapidamente com a divulgação preliminar deste domingo, disseram especialistas em eleições.
De acordo com as leis eleitorais do Afeganistão, os resultados preliminares podem ser contestados, e a estreita margem de vitória de Ghani, evitando segundo turno, significa que esses desafios podem ser numerosos e se prolongar por semanas até que os resultados finais sejam declarados.
John R. Bass, embaixador dos Estados Unidos em Cabul, comentou, em sua conta no Twitter, a situação política no país. “É importante que todos os afegãos se lembrem: esses resultados são preliminares. Muitas etapas continuam antes da certificação dos resultados finais das eleições, para garantir que o povo afegão tenha confiança no pleito”, escreveu.
Depois do anúncio do fim da contagem de voto, o candidato perdedor na disputa, Abdullah Abdullah, rejeitou o resultado preliminar e sinalizou que seria contestado. Os “votos limpos” de seus apoiadores serão defendidos, disse ele. Abdullah precisa de apenas 11.054 votos para forçar uma segunda rodada de votação, segundo dados divulgados pelas autoridades eleitorais.
Se os resultados continuarem, será a segunda vez que Ghani derrotou Abdullah em uma corrida presidencial e a terceira vez que Abdullah foi vice em uma corrida presidencial.
Alegações de fraude generalizada e temores de violência relacionada às eleições na última pesquisa presidencial, em 2014, forçaram os EUA a intervir e intermediar a formação de um governo de unidade nacional, sendo Ghani presidente e Abdullah seu principal secretário, o equivalente a um primeiro-ministro.
*Com Estadão Conteúdo