A negociação entre Atlético e o técnico Dudamel, da Seleção Venezuelana, está muito próxima de um desfecho positivo. Caso não ocorra nenhum contratempo, o anúncio do acordo deve ser feito em pouco tempo.
uma fonte com acesso ao clube alvinegro e bem relacionada no mercado sul-americano que as bases do contrato já foram definidas. Agora, pequenos detalhes separam o venezuelano do Galo.
O que facilitou o acordo é o fato de o treinador, de 46 anos, não ter contrato assinado. Entre o Dudamel e a Federação Venezuelana de Futebol há apenas um acordo verbal de permanência até 2022. “Não tem nada no papel, não há contrato assinado”, afirmou Jesús Berardinelli, vice-presidente da FVF.
Berardinelli disse que Dudamel “está em busca de um salário maior”. “Ele não ganha nem perto do que as pessoas estão falando”, disse Berardinelli. “Não ganha nem a metade disso (R$ 1 milhão)”, acrescentou.
O Superesportes apurou e publicou no sábado que o vencimento de Dudamel estava na casa de 1 milhão de dólares (R$ 4 milhões) por ano, além dos bônus. O que daria pouco mais de R$ 300 mil ao mês.
Saída não seria sentida
Caso acerte mesmo com o Atlético, a saída do Dudamel não seria sentida, diz o dirigente da FVF.
“Ninguém está obrigado a ficar na FVF. Se não quer ficar, que saia. Temos uma fila de treinadores capacitados. Ninguém é insubstituível“, destacou Berardinelli.
Não há diálogo entre o técnico e a FVF para o projeto de classificação de forma inédita da Seleção Venezuelana para uma Copa do Mundo. As eliminatórias começam em março.
“Não existe uma preparação específica. Os jogadores são liberados três dias antes pelos clubes para jogar a data Fifa. Não há tempo para preparação”, disse Berardinelli. “Se ele sair, outro virá para o seu lugar. E a lista é feita sempre pelos técnicos. A federação não se mete nisso”.
Relação estremecida
O vice da FVF garante que não há problemas com Dudamel: “Fui eu que o coloquei onde ele está”.
Mas a relação entre Dudamel e os dirigentes da FVF está estremecida. Em março, o treinador questionou o nível de profissionalismo da federação. Em amistoso contra a Catalunha, a empresa italiana Givova não entregou os uniformes da Seleção Venezuelana.
A saída da fornecedora foi ir a uma loja e comprar camisas, shorts e meiões da mesma cor da Venezuela. Foram usados materiais da empresa Quechua. Escudos e marcas foram colados de última hora no uniforme.
Hier, le Venezuela jouait en amical contre la sélection de Catalogne.
Hier, le Venezuela devait être en galère de maillots.
Hier, le Venezuela a donc joué son match avec des tee-shirts @Quechua déguisés
Fontes disseram que Dudamel comentou nos bastidores que era impossível fazer o futebol venezuelano crescer com tamanho amadorismo. Principal jogador da Venezuela, o atacante Salomón Rondón chegou a protestar publicamente no Twitter. A FVF fingiu que nada aconteceu e não se posicionou publicamente. A Givova emitiu uma nota pedindo desculpas.
Outro problema seria a disputa por comissões, como revelou uma fonte. “Eles têm problemas relacionados a comissões e agenciamento de jogadores. Hoje, há uma guerra fria entre os dois (Dudamel e Jesús Berardinelli). Um relacionamento de aparência”.
O que ameniza a situação é o fato de Dudamel não precisar dar expediente na Venezuela. O treinador reside em Cali, na Colômbia. Ele é ex-jogador do América de Cali e do Deportivo Cali.
Os resultados de Dudamel na Seleção Venezuelana são interessantes. Com a Seleção Sub-20, foi vice-campeão mundial em 2017 na Coreia do Sul. Hoje, ele dirige a Seleção Olímpica e a equipe principal da Venezuela.
Dudamel assumiu a seleção principal em 2016, substituindo Noel Sanvicente.
Sob o comando do treinador, a Venezuela conseguiu vitórias históricas, como o triunfo por 3 a 1 sobre a Argentina em amistoso em março deste ano. Na última Copa América, a equipe de Dudamel caiu nas quartas de final.
O desempenho nas Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia foi frustrante. A Venezuela ficou na última posição, com 12 pontos.