O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento interditou na sexta-feira (10/01) a fábrica da Backer, que produz a cerveja Belorizontina. O advogado da empresa afirmou que não foi notificado sobre a decisão. Na quinta-feira (09/01), a Polícia Civil informou que a perícia sobre duas amostras da bebida, dos lotes L1 1348 e L2 1348, indicou a presença da substância tóxica dietilenoglicol, que teria causado uma síndrome nefroneural em dez pessoas. Uma morreu e nove estão internadas.
Em nota, o ministério afirmou que foram determinadas ações de fiscalização para apreensão de todos os produtos da empresa que estão no mercado, não apenas da Belorizontina. Segundo a pasta, auditores fiscais federais agropecuários apuram as circunstâncias em que ocorreram a contaminação e mais de 16 mil litros de cervejas foram apreendidos cautelarmente na fábrica.
“É importante ressaltar que no dia 17 de dezembro o ministério esteve na Backer, onde recolheu amostras de produtos que estão sendo analisados em Pernambuco e teremos resposta na próxima semana”, afirmou o superintendente do ministério em Minas, Marcílio de Souza Magalhães, que ressaltou que a empresa tem colaborado com a investigação.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirmou na tarde desta sexta-feira que os exames de sangue de três pacientes ficaram prontos e constataram a presença da substância. Na nota mais recente, a Backer alegou não usar o dietilenoglicol.
Magalhães disse que quem estiver com os lotes suspeitos deve entregar o produto para a investigação. “O consumidor não deve descartar esses produtos, pois, se estiver com alguma contaminação, certamente vai contaminar as águas ou o solo.”
A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte receberá, a partir de segunda (13/01), unidades de qualquer lote da cerveja. A entrega deverá ser feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Confira os locais abaixo.
Conforme a PBH, a secretaria recolherá apenas as garrafas compradas para consumo próprio. “Não serão recebidos produtos de bares, restaurantes e supermercados. O material ficará sob custódia para encaminhamento das investigações necessárias”, diz. Os consumidores do interior podem levar a bebida para os Procons das próprias cidades.
A Backer também recolherá cervejas dos lotes que são investigados. O serviço, que será feito na própria casa do consumidor, pode ser agendado pelo telefone (31) 99536-4042. A empresa também afirmou que, caso o consumidor queira, poderá, a partir de segunda-feira (13/01), devolver Belorizontinas de outros lotes aos supermercados onde a comprou e ser ressarcido na hora, se levar a nota fiscal.
Íntegra da nota da Backer divulgada antes da interdição (a empresa ainda não se posicionou após a decisão do ministério):
“A Backer informa que continua colaborando com as autoridades, que tem todo interesse em esclarecer os fatos e reitera que a substância dietilenoglicol não faz parte de nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos. Para o bem-estar e conforto de seus clientes, comunica que irá recolher, caso seja de interesse do consumidor, outros lotes da cerveja Belorizontina, mesmo que não sejam os lotes L1-1348 e L2-1348, a partir de segunda-feira, 13 de janeiro. Neste caso, o cliente, de porte do cupom fiscal da compra, deve procurar o estabelecimento comercial onde adquiriu o produto e fazer a devolução. O cliente será ressarcido no momento da devolução.”
Endereços em as garrafas serão recolhidas pela Secretaria de Saúde:
Barreiro: av Olinto Meireles, 327 – Barreiro
Centro-Sul: av. Augusto de Lima, 30 – 14ª andar – Centro
Leste: rua Salinas, 1.447 – Santa Tereza
Nordeste: rua Queluzita, 45 – Bairro São Paulo
Noroeste: rua Peçanha, 144, 5º andar – Carlos Prates
Norte: rua Pastor Murilo Cassete, 85 – São Bernardo
Oeste: av. Silva Lobo, 1.280, 5º andar – Nova Granada
Pampulha: av. Antônio Carlos, 7.596 – São Luiz
Venda Nova: av. Vilarinho, 1.300 – 2º Piso – Parque São Pedro