A cada dia ficam mais claros e evidentes os potenciais da destinação correta e do aproveitamento dos resíduos que são produzidos pela nossa sociedade, a ponto de termos a expectativa de transformar a reciclagem em uma atividade de grande impacto econômico, social e ambiental, especialmente no município de Itabira, onde há várias décadas a comunidade conta com a coleta seletiva, sendo recolhidos e separados resíduos orgânicos, materiais recicláveis e materiais especiais.
Conforme comentamos em textos anteriores, Itabira vive a expectativa da criação de uma Central de Resíduos, prevista desde 18 de maio de 2000 na condicionante número 1 da Licença de Operação Corretiva (LOC) da mineradora Vale S/A. Na mesma condicionante foi definida a construção do Aterro Sanitário de Itabira, que foi inaugurado em dezembro de 2012 e tem uma vida útil limitada, o que traz a preocupação com a destinação dos resíduos orgânicos num futuro bem próximo… Além disso, há muitas dúvidas quanto à destinação dos resíduos gerados nas Estações de Tratamento de Água, nas Estações de Tratamento de Esgotos e nas instalações industriais existentes no município, bem como de empreendimentos que possam vir a ser instalados em Itabira.
Para tentar esclarecer um pouco mais a respeito, resumimos a seguir a situação de cada uma dessas questões:
* Central de Resíduos: As propostas já discutidas sobre essa parte da condicionante 1 da LOC prevêem a separação e o reaproveitamento, a reciclagem ou outra destinação final para todos os tipos de materiais recicláveis (vidros, papel, papelão, plástico, metais, materiais eletrônicos, isopor, materiais de construção, restos de podas e capinas) – infelizmente esse projeto não foi viabilizado até o momento e a comunidade tem tentado obter respostas definitivas tanto da Vale quanto de órgãos públicos, mas no momento não há oficialmente nenhuma previsão de implantação dessa Central de Resíduos;
* Aterro Sanitário de Itabira: no início de sua operação foram constatados vários problemas ocorridos durante a sua implantação, os quais aparentemente foram resolvidos – as atividades no local são executadas por empresas contratadas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e fiscalizadas por órgãos ambientais estaduais. Há dúvidas sobre qual será realmente o tempo de vida útil do nosso Aterro Sanitário e se ele será ampliado ou desativado num futuro próximo, inclusive com a possibilidade de algum dia viabilizar o reaproveitamento dos materiais ali depositados;
* Resíduos de clínicas e hospitais: esses materiais possuem riscos de contaminação e atualmente são coletados por empresas terceirizadas, que se responsabilizam pela sua destinação final;
* Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs): parte do esgoto gerado nas residências das áreas urbanas de Itabira é destinada às ETEs, que permitem o retorno da água para os rios e córregos da região com uma qualidade razoável, mas essas estações também precisam passar por melhorias e aperfeiçoamentos e grande parte do nosso esgoto ainda não é tratado – além disso o próprio tratamento do esgoto também gera resíduos que precisam ser destinados de forma adequada, tendo inclusive o potencial de gerar novos produtos, como fertilizantes e outros materiais que possam ser reaproveitados;
* Nas áreas rurais de Itabira e em algumas áreas urbanas que não contam com ETEs foram instaladas Fossas Sépticas e outros processos para destinar e/ou tratar os esgotos gerados nas residências, mas muitas delas não têm acompanhamento ou fiscalização por parte dos órgãos públicos – é necessário observar as ações previstas no Plano Municipal de Saneamento Básico, incluindo atividades de Educação Ambiental, para garantir a destinação correta de todos esses resíduos;
* As Estações de Tratamento de Água (ETAs) também produzem resíduos e em algumas delas estão sendo criadas as Unidades de Tratamento de Resíduos (UTRs), mas nem todas contam com essa estrutura;
* Resíduos gerados pelas empresas: as indústrias, comércios e outras empresas devem providenciar o licenciamento ambiental de suas atividades e/ou a elaboração de Planos de Gestão de Resíduos, conforme previsto na legislação – algumas empresas são obrigadas a construir Estações de Tratamento de Efluentes e/ou outras estruturas para destinação de resíduos e as empresas que geram grandes volumes de resíduos, como a Vale e outras que atuam em Itabira e região são licenciadas por órgãos ambientais estaduais ou federais e assumem obrigações relativas ao reaproveitamento da água usada em suas atividades e precisam mudar, por exemplo, a destinação de resíduos até então depositados em barragens.
Concluímos lembrando que há muito a ser feito e cada um de nós tem que fazer sua parte… E você, que está acabando de ler esse texto, tem ideia do que será feito do seu lixo nos próximos anos?
INTERASSOCIAÇÃO
A Interassociação dos Amigos dos Bairros de Itabira, entidade que congrega as associações de moradores das comunidades urbanas e rurais de Itabira, iniciou o ano em ritmo acelerado. No dia 8 de janeiro de 2020, após um recesso iniciado em 9 de dezembro de 2019, a Interassociação retomou o atendimento ao público realizado de terça-feira a sexta-feira, no horário de 13 às 17 horas, na sala 42 do Mercado Municipal “Caio Martins da Costa”, localizado à Avenida Carlos Drummond de Andrade, 535 – Centro – Itabira/MG.
Além disso, a Interassociação já retomou também o trabalho de apoio às associações de moradores na realização de eleições para a escolha de novas diretorias e está preparando para o próximo domingo, 2 de fevereiro de 2020, a primeira reunião deste ano da Assembleia Geral Ordinária da “Inter”, com a previsão de discutir assuntos de grande importância para toda a comunidade – a reunião será às 9 horas na sede da Interassociação, que fica na Avenida Duque de Caxias nº 980 – Esplanada da Estação – Itabira/MG. Informem-se e participem!
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Obrigado!