A infecção na economia causada pelo coronavírus pode atrapalhar o Governo de Minas a pagar o 13º salário do ano passado aos servidores públicos estaduais que ainda não o receberam. Um dos sintomas da doença nas finanças mundiais é a queda nos preços das commodities, dentre elas o nióbio, mineral que o estado prevê leiloar neste mês para pagar o benefício e colocar em dia os salários por seis meses.
O problema é que, com a desvalorização e o principal comprador do material no epicentro da crise de saúde, a China, a perda do estado com a venda neste mês pode chegar a R$ 1 bilhão, segundo o professor de economia do Ibmec Paulo Pacheco.
“O nióbio, só em fevereiro, caiu mais de 20%. Não faz sentido manter agora o leilão”, comenta. Ele diz que, no momento, é impossível prever qual será a tendência dos próximos meses. “Só depois que pudermos olhar para a redução da epidemia é possível fazer uma projeção”, ressalta.
O Governo de Minas espera arrecadar de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões com o leilão. Diante do abalo na economia, há a possibilidade de o governo estadual adiar o negócio. O responsável pela operação, o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy, está em viagem particular nos Estados Unidos e deve se pronunciar quando voltar.
13º salário
Os servidores que ganham até R$ 2,5 mil líquidos receberam integralmente o 13º salário no dia 21 de dezembro. Ainda não há previsão para o pagamento do 13º dos servidores que recebem mais do que esse valor. Na época, o Governo de Minas afirmou que “trata como prioridade a busca para solucionar essa questão” e que “a operação da antecipação dos recebíveis do nióbio é a garantia para a quitação total do 13º salário dos servidores”.