A Prefeitura de Belo Horizonte não vai mais utilizar a Esplanada do Mineirão como hospital de campanha. A decisão foi anunciada por Alexandre Kalil (PSD) durante entrevista coletiva na segunda-feira (6), na sede do executivo municipal.
De acordo com o prefeito, o espaço foi oferecido pela concessionária que administra o estádio e a montagem do hospital já estava acertada com o governador Romeu Zema (Novo), já que o Mineirão pertence ao Estado. Mas, segundo Kalil, uma reviravolta de última hora atrapalhou o andamento do processo.
“O Governo do Estado não cedeu a Esplanada para a Prefeitura de Belo Horizonte, infelizmente. Fizeram, apesar de eu já ter combinado pessoalmente com o governador e, depois, o secretário Marco Aurélio Barcelos, que é um garotinho, acho que tem 39 anos, fez uma proposta imoral, indecorosa e politiqueira para ceder o espaço”, afirmou.
O prefeito da capital não explicou que proposta teria sido feita, mas fontes ligadas a ele disseram que o Secretário de Infraestrutura sugeriu que a liberação dependia da participação do prefeito em atividades públicas, como visitas a instalações e entrevistas coletivas, ao lado do governador Romeu Zema. Como Kalil não aceitou, o hospital de campanha, que seria montado no Mineirão, não vai sair do papel.
O secretário municipal de saúde, Jackson Machado, participou do MG1 nesta terça-feira (7) e disse que a prefeitura buscou outras parcerias para aumentar o número de leitos destinados a pacientes com a Covid-19.
“As questões políticas em relação ao Mineirão já são passado e nós não mais pensamos em montar o hospital de campanha, uma vez que conseguimos, junto aos hospitais 100% SUS da cidade, o número aproximado de 1.000 leitos a mais para disponibilizar para o atendimento a pacientes com a Covid-19”, afirmou Machado.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade do Estado informou que “já na semana anterior havia sido disponibilizada, para a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, a cessão do Estádio do Mineirão para a montagem de um hospital de campanha, sem qualquer custo”.
A nota diz ainda que “por se tratar de um equipamento administrado por empresa privada, contratada pelo Estado de Minas Gerais, informou-se que seria necessária a atuação conjunta de ambos os entes para a realização do empreendimento. A Secretaria reitera que o Mineirão continua à disposição da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para a implementação de ações orientadas ao enfrentamento do COVID-19”.
O diretor da Minas Arena, Samuel Lloyd, disse que disponibilizou todo o complexo para os órgãos competentes, tanto do Estado quanto da Prefeitura para que eles pudessem utilizar dessa estrutura na guerra contra o vírus.